A teoria do método é a seguinte: todas as estrelas do céu aparentemente giram ao redor do polo celeste elevado (é a Terra que gira mas vamos ficar com a concepção popular para facilitar). A nossa montagem equatorial, após estar corretamente "em estação", também deverá girar sobre seu eixo que estará apontado para o polo celeste e assim acompanhará as estrelas sem desvio. Porém inicialmente o eixo da montagem equatorial apresenta um pequeno erro (nós o posicionamos empiricamente ou apenas com inclinômetro e bússola), ele está apontando para uma posição próxima mas fora do pólo celeste. Assim ao girarmos a nossa montagem ela descreverá um círculo no céu que não coincide com o círculo real que as estrelas descrevem. Estes dois círculos se cortam no ponto inicial da nossa observação (claro, pois para qualquer ponto que apontarmos o nosso telescópio ou câmera fotográfica haverá uma coincidência inicial que vai defasando a medida que passa o tempo). A partir do ponto inicial de observação a estrela visada começará a fugir do centro do nosso campo de visão (ela segue o círculo correto ao redor do polo enquanto nosso campo de visão segue o círculo defasado). O desvio da estrela é que vai nos indicar qual a correção que deverá ser introduzida no eixo da montagem. Digamos que estamos olhando uma estrela na direção leste. Se o eixo da nossa montagem estiver acima do polo o círculo do campo de visão corta o círculo real e se afasta para o norte (tem que imaginar a cena...), isso nos dá a impressão que a estrela está fugindo para o sul pois no sentido leste-oeste quem comanda é o sincronismo da velocidade de rotação da plataforma com a velocidade de rotação da Terra (e isso nós ajustamos sincronizando as rotações). Use um compasso e verás facilmente este "fenômeno". Aliás um compasso é a ferramente perfeita para brincarmos com o método usando diversas configurações de alinhamento: eixo para cima do polo, para baixo, para um lado, para outro lado e as combinações duas a duas das anteriores.
O método usa duas estrelas separadas de 90° e assim vamos corrigindo a orientação de forma interativa. Veja o desenho abaixo que esclarece tudo.
Confuso com norte-sul, esquerda-direita e pra cima e pra baixo?
Fica calmo que agora vou matar a charada.
Supondo que erramos apenas na altura do PSC, colocando o eixo polar para baixo, o círculo que a plataforma segue corta o círculo da estrela a leste e se afasta para o sul dando a impressão que a estrela está se afastando para o norte.
Se errarmos no azimute para a esquerda, a estrela no zênite aparentemente se afasta para o norte.
Observe que o movimento aparente é sempre no sentido norte-sul porque estamos usando duas estrelas a 90° uma da outra para que seja feito ajuste nas duas direções: esquerda-direita e para cima - para baixo. A partir do polo sul todas as direções são norte.
Se ainda sobrou alguma dúvida não hexite em me escrever: