O Novo Sistema Solar
Em 24/08/2006 a Assembleia Geral da União Astronômica Internacional estabeleceu uma nova definição de planeta. A resolução final da União Astronômica Internacional (IAU) ficou em algo intermediário da proposta inicial, que definia 12 planetas, e da posição mais radical de eliminar Plutão do grupo de planetas. Eu diria que o sistema solar não perdeu Plutão mas, sim, ganhou 3 novos planetas anões: o próprio Plutão, o antigo asteróide Ceres e o novo objeto descoberto em 2003 UB313 (apelidado provisóriamente de Xena). Veja na figura abaixo como fica o novo sistema solar com seus 8 planetas clássico e 3 planetas anões: Dimensões em escala Aqui um texto em português explicando tudo isso: http://www.astro.iag.usp.br/~dinamica/iau-planeta.html Texto original da IAU: http://www.iau2006.org/mirror/www.iau.org/iau0603/index.html O que define o planeta clássico: 1 - ser esférico por ação de sua própria massa e gravidade; 2 - orbitar uma estrela (no caso o Sol) sem ser ele mesmo uma estrela; 3 - ser o astro dominante daquela órbita. Esta últma premissa é que diferencia planetas clássicos de planetas anões. Se algum novo objeto descoberto compartilhar sua órbita como outros astros, ele será um planeta anão, caso contrário será um planeta clássico. Pela dinâmica do sistema solar, se um astro for suficientemente grande ele vai dominar sua órbita expulsando e/ou incorporando (engolindo) os demais astros desta região. É o que aconteceu nos primórdios da formação do sistema solar com todos os planetas clássicos. Bem no início havia um enxame de pequenas rochas e poeira formando um disco ao redor do Sol. A medida que o sistema solar evoluia, começaram a se formar aglomerados maiores que enguliam os pequenos da sua órbita, até que um dia todos os detritos da região foram ou engolidos ou varridos. Isso aconteceu com os 8 planetas clássicos. Mas na região dos asteróides, por influência gravitacional de Júpiter, os detritos não consegiram se aglutinar para formar um novo planeta. Ceres foi apenas o maior aglomerado que se formou e por sua própria gravidade assumiu a forma esférica (ainda estamos por investigar Vesta, Hypatia e outros asteróides que podem ou não ser esféricos). Com Plutão aconteceu algo parecido, os detritos da formação do sistema solar foram varridos para fora (se não me engano por Urano e depois Netuno) e se formou uma região conhecida com cinturão de Kuiper. Plutão é apenas mais um destes objetos (KBO) entre muitos outros mas como assumiu a forma esférica mereceu a designação de planeta anão (com muita honra, hehehe). Agora estamos descobrindo outros KBOs que provavelmente são esféricos e todos cairão na categoria de planetas anões. Acho muito difícil que exista uma região no cinturão de Kuiper que tenha sido varrida e onde reine um novo planeta na acepção clássica. Mas nada é impossível, só o tempo dirá. Mas lembrem-se que no fundo nada mudou, todos os planetas, anões e asteróides continuam nas suas órbitas placidamente, foi apenas a classificação do que é planeta que mudou. Abraços, Zeca